Enfermeira brasileira ganha premiação internacional

O Journal of Wound Care (JWC) anunciou em 25/2, o prêmio JWC WUWHS. A enfermeira Flávia Firmino, doutora em enfermagem na Saúde do Adulto pela Universidade de São Paulo (USP), ganhou o segundo lugar na categoria “Inovação em tratamento de feridas”.  

O JWC é uma revista que faz publicações sobre tratamentos de feridas e trás informações clínicas acerca da viabilidade do tecido. O periódico foi lançado em 1992 e atende às necessidades da equipe multidisciplinar. A premiação acontece uma vez ao ano.

Enfermeira Dra. Flávia Firmino

Flávia é graduada pela Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein, especialista em enfermagem aplicada à Oncologia pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), mestre em enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutora pela USP. Com a pesquisa “Eficácia da Celulose Oxidada Regenerada no Controle do Sangramento de Feridas Neoplásicas Malignas Decorrentes de Câncer de Mama: Ensaio Clínico Randomizado” ela conseguiu o segundo lugar na premiação. “Me interessei pela área de oncologia na graduação, quando o professor Dr. João Guidugli Neto mostrou a célula cancerígena na microscopia eletrônica. Ele explicou o mecanismo pelo qual ela se multiplicava e ocasionava metástases. Naquela aula, ele me passou muito de sua paixão pelo tema e eu nunca mais pensei em estudar nenhuma outra coisa.

Ao receber o prêmio, Flávia comentou sobre sua conquista. “Senti-me muito feliz, porque o Brasil pôde dar uma contribuição para uma questão que ocorre em pacientes com câncer de mama avançado, que é o de maior incidência em todo o mundo. Considerando a área de feridas malignas, fomos nós que demos a primeira evidência científica robusta para uma questão clínica nunca antes pesquisada como nós pesquisamos.” disse.

Ela ainda fala sobre o incentivo que recebeu da instituição onde atuava. “Na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, eu me encontrei acolhida para desenvolver este estudo. O Inca, deu todas as condições materiais para que a pesquisa fosse desenvolvida. Isto mostra que é possível uma enfermeira assistencial brasileira, a despeito de todas as dificuldades que temos em nosso país, dar uma contribuição significativa ao avanço da ciência”, afirma.

Para Flávia, a conquista foi ainda mais simbólica nos tempos de pandemia.“Senti-me ainda mais emocionada porque a premiação vem em um tempo de pandemia da Covid-19, que nos mostra a importância da solidariedade no desenvolvimento da inovação científica em prol das questões que afetam a humanidade”, contou

 A cerimônia aconteceu de forma online, por meio de um link disponibilizado pela revista, nas redes sociais.