Enfermagem Forense: uma nova área de atuação

No primeiro dia do encontro “Enfermagem Forense: possibilidades e desafios” foram realizadas duas conferências pré-evento: “Violência doméstica e abuso sexual: atendimento às vítimas” e “Agressões contra os profissionais: discutindo estratégias de detecção e prevenção”.


A enfermeira Karen Beatriz Silva e a coordenadora do GT de Saúde da Mulher, Sandra Cason

Formada pela PUC-PR e há mais de 30 anos atuando como enfermeira forense nos Estados Unidos, a enfermeira Karen Beatriz Silva detalhou sua rotina de trabalho e os exames de perícia realizados em mulheres vítimas de abuso sexual. “Nossa principal função é deixar a vítima à vontade e criar com ela uma relação de confiança para que ela possa se lembrar do ocorrido e se abrir conosco”, explicou. 

A conferência foi moderada pela enfermeira Sandra Regina Cason, coordenadora do Grupo de Trabalho de Saúde da Mulher do Coren-SP.


Encontro lotou o auditório do Inrad do Hospital das Clínicas

Na sequência, a presidente do Coren-SP, Fabíola de Campos Braga Mattozinho, apresentou dados da pesquisa realizada pelo Conselho sobre violência contra profissionais de Enferamgem, em mesa que contou com a participação do enfermeiro Gilberto Prates, coordenador de Educação Permanente do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, e também da enfermeira Karen Beatriz Silva. 


A presidente do Coren-SP destacou a criação do GT de combate à violência contra profissionais de saúde

Fabíola destacou os casos de agressão física e verbal contra profissionais de Enfermagem e os esforços do Coren-SP para combater o problema, como a parceria firmada com o Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) que resultou na criação de um Grupo de Trabalho junto à secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo. “Esse é o primeiro Grupo de Trabalho do país criado para discutir essa questão. Dentre os profissionais de saúde, a Enfermagem é a que mais sofre por estar na porta do hospital e pelo grande contingente feminino que nós temos”, frisou, lembrando que 85% dos profissionais da categoria são mulheres. 


O enfermeiro Gilberto Prates, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, foi um dos participantes do debate sobre Enfermagem Forense Psiquiátrica

Já o enfermeiro Gilberto Prates, enfatizou que “a população está adoecendo mentalmente”, o que pode contribuir para o aumento do número de casos de agressões contra profissionais da saúde. 


A presidente do Coren-PR, Simone Peruzzo, as enfermeiras forenses Rita de Cássia Silva e Karen Beatriz Silva ao lado da presidente do Coren-SP, Fabíola Mattozinho (dir.)

Fabíola também destacou a necessidade das instituições de saúde terem planos de ação para agir em caso de agressão a profissionais de saúde. “Os registros de Enfermagem são fundamentais para serem utilizados como prova judicial em casos de agressão. Além disso, temos que comunicar a agressão a uma liderança, dentro da instituição onde trabalhamos, e elaborar protocolos para casos de violência”, recomendou. 


Conselheiros, palestrantes e funcionários do Coren-SP durante o pré-evento

A enfermeira Karen Beatriz Silva apresentou casos ocorridos nos Estados Unidos: “Lá nós temos times de resposta para situações de agressão, para a prevenção e manejo do comportamento agressivo”, explicou.