Enfermagem da Baixada Santista se mobiliza contra a mortalidade infantil
A maternidade do Hospital Guilherme Álvaro, localizado na Baixada Santista, realizou na última quinta-feira (17/10), um evento para sensibilizar e conscientizar as pessoas sobre os números da mortalidade infantil na região, que, infelizmente, está acima do esperado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Coordenado pela enfermeira da instituição, Sira da Silva, e com a participação das diretoras de enfermagem e de materno infantil, Jeane Ferreira Videira e Patrícia Rodrigues, o evento foi destinado a todas as mamães que tiveram seus bebês na maternidade. A enfermeira Vanessa Ebúrneo, coordenadora do método Bebê Canguru, também esteve presente. Para Sira, o encontro foi essencial para fomentar os debates e as boas práticas de saúde das crianças da região.
Segundo os dados da Secretária Estadual da Saúde, em 2019, até agosto, o índice indicava que a cada mil nascidos vivos, 16 iam a óbito. De 2016 a 2018, a taxa ficou em torno de 14 mortes, número superior à meta fixada pela OMS, que é de dez ocorrências. A situação ficou ainda mais crítica nos municípios de Itanhaém (21,8 óbitos por mil) e no Guarujá (21 mortes por mil).
Em Santos, onde foi registrada a menor taxa regional (8,2 por mil), Sira conta que a diminuição pode ser atribuída ao crescimento e desenvolvimento da rede municipal de saúde e aos resultados do programa Mamãe Santista, que visa à prestação da assistência integral e humanizada para as gestantes e os seus filhos.
A OMS calcula que 80% das mortes ocorrem devido aos nascimentos prematuros, complicações no parto ou infecções, e preconiza amamentação, boa nutrição e equipes treinadas de saúde para evitar óbitos. “Precisamos conscientizar todas as mamães sobre a importância da realização do pré-natal e do acompanhamento contínuo desde a gestação até depois do nascimento. É evidente que as condições socioeconômicas também contribuem para a alta taxa de mortalidade infantil, entretanto, oferecer orientações adequadas e prestar uma assistência humanizada, são questões importantes para diminuirmos essa triste realidade”, avalia Sira.