Encontro em Santo André aborda o papel e a força da Enfermagem

O auditório da Universidade Anhanguera de Santo André ficou lotado, na manhã de sexta-feira (20), durante abertura da Semana de Enfermagem do Grande ABC. A cerimônia, bastante descontraída, teve participação do vice-presidente do Coren-SP, professor Mauro Antônio Pires Dias da Silva; do conselheiro Luciano Rodrigues; do secretário municipal de Saúde, Homero Nepomuceno Duarte; da coordenadora do curso de Enfermagem da Anhanguera, Vanessa Franquini Nogueira e da chefe técnica da Subseção de Santo Andre, Sheila Aparecida Lhobrigat Tetamanti.

O vice-presidente do Coren-SP, Mauro Dias da Silva, durante evento em Santo André

A força de trabalho da Enfermagem, que soma 460 mil profissionais no estado e quase 2 milhões no país, foi lembrada pelo vice-presidente Mauro Dias da Silva, que defendeu maior engajamento político da categoria. “Não valorizamos como devemos a qualidade das nossas ações, nem temos consciência da nossa força de transformação. Temos que mudar isso, nos preocupar com as questões políticas e históricas para poder compreender o presente e mudar o futuro”, disse.

O secretário de Saúde de Santo André, Homero Duarte, destacou o protagonismo da Enfermagem

Médico de formação, o secretário de Saúde Homero Duarte parabenizou a categoria e destacou a atuação do Coren-SP. “Tenho visto um protagonismo muito significativo do Coren-SP, que tem ido além da ação fiscalizatória, incentivando a discussão do papel da Enfermagem na assistência à saúde. É um exemplo que deve ser seguido por outros conselhos”, declarou.

O público lotou o auditório da Anhanguera, em Santo André

O conselheiro Luciano Rodrigues lembrou que a Enfermagem corresponde a 70% da mão de obra do Sistema Único de Saúde e que o SUS precisa ser defendido. “O SUS precisa ser visto como um programa de Estado e não de governo. A Enfermagem faz a diferença mas falta união.  Brigamos pelas 30 horas para a categoria porque temos que melhorar a assistência. É mais do que uma luta, é um movimento em favor da saúde brasileira”, defendeu, sendo aplaudido pela plateia.

O conselheiro Luciano Rodrigues defendeu a jornada de 30 horas para a Enfermagem

A atuação da Enfermagem na saúde pública foi o tema da mesa-redonda moderada pelo vice-presidente Mauro. A médica Vania Barbosa do Nascimento lembrou que a Enfermagem está presente em quase todas as portarias que organizam o sistema de atenção à saúde e que é necessário um outro olhar. “A saúde pública requer entendimento da problemática do outro, do ambiente, da condição social e econômica”, pontuou. A recente proposta de revisão do princípio de universalidade do SUS foi criticada pela médica e pelos outros participantes. “A redução do papel do estado no financiamento do SUS é uma sentença de morte. O SUS precisa de mais acesso, mais qualidade e investimentos. Nenhum passo atrás”, ressaltou.

A médica Vania Barbosa do Nascimento defendeu a atuação da Enfermagem na saúde pública

A enfermeira Sandra Terezinha Amarante falou da necessidade de qualificação constante da categoria e da humanização do atendimento. “A integralidade precisa ser vista como um valor da nossa profissão, porque nós cuidamos do ser humano de forma integral; e temos que nos conscientizar da necessidade de atualização científica para avançarmos como profissão”, defendeu. No período da tarde, os temas discutidos foram humanização e segurança do paciente.

A enfermeira Sandra Terezinha Amarante falou da qualificação da profissão

A humanização no atendimento e a segurança do paciente foram os temas abordados no período da tarde. A noite, a presidente do Coren-SP, Fabíola de Campos Braga Mattozinho, realizou palestra sobre “Aspectos legais e éticos da profissão de Enfermagem”. Ao detalhar algunas aspestos da legislação e explicar a tuação do Conselho nos processos éticos, Fabíola lembrou ao público que a Enfermagem reúne dimensões científicas, técnicas, éticas e legais. “O profissional precisa conhecer todas essas dimensões. A Enfermagem só será forte se trabalharmos de forma construtiva, unidos. Somos 460 mil no estado e quase 2 milhões de profissionais no país. Temos que trabalhar essa representatividade”, defendeu Fabíola.

A presidente do Coren-SP, Fabíola de Campos Braga Mattozinho, durante encerramento do encontro em Santo André