Coren-SP repudia ato de violência contra profissional de enfermagem em Bauru

Na última terça-feira (7/1), a técnica de enfermagem Lilian de Farias Silva foi vítima de agressão durante o exercício profissional na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Ipiranga, em Bauru.  

Além do hematoma no olho direito, Lilian teve trauma no ombro esquerdo
Foto: Facebook/ Reprodução

O fato aconteceu quando o pai de uma adolescente de 14 anos invadiu o consultório com a filha nos braços apresentando sinais de embriaguez. Segundo Lilian, o médico pediu para levá-la até a emergência. Porém, na sala de emergência não é permitida presença de acompanhante até que o paciente esteja estabilizado. A irmã da paciente de 17 anos não quis respeitar e iniciou as agressões contra a técnica. Simultaneamente, a garota que estava na maca acordou e levantou para também agredir a profissional e, foi nesse momento, que o pai das adolescentes entrou e deu um soco no rosto de Lilian.

Para a técnica, além de ser uma situação humilhante e revoltante, o comportamento dos agressores resultaram nesse episódio traumático. “Eu os orientei, mas não me ouviram e me responderam com agressões e também ofensas verbais. Realizei o Boletim de Ocorrência e fiquei afastada por cinco dias”. Lilian ainda faz um apelo para que outros profissionais não sofram a mesma situação. “O meu apelo é que nós tenhamos mais segurança no local de trabalho. Não adianta vigiar apenas o patrimônio. E nós, funcionários?” questiona a profissional.

A violência contra os profissionais de enfermagem no ambiente de trabalho é considerada uma epidemia mundial pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 2000. O Coren-SP considera graves esses atos e  inaceitável que os profissionais que estão na linha de frente do atendimento sofram qualquer tipo de agressão ou ameaça. Essa situação impacta na saúde e segurança dos trabalhadores e, também, na assistência prestada aos cidadãos.

Sondagem realizada pelo Conselho em 2018 mostra que mais de 80% da categoria já sofreu violência, provocando altas taxas de presenteísmo e absenteísmo em virtude do adoecimento. Para mudar essa realidade, a autarquia promove continuamente campanhas de conscientização, além de dialogar com as autoridades para sensibilizá-las. 

Em casos como o de Lilian, recomenda-se que a vítima acione o Conselho para a realização de desagravo público, que é uma manifestação do Coren-SP em favor de profissionais de enfermagem que tenham sofrido qualquer tipo de agressão durante o exercício da profissão; e que realize a denúncia, para combater esta realidade e gerar indicadores que possam motivar a criação de políticas públicas de prevenção e combate. Saiba como proceder: