Coren-SP realiza primeira Sessão Solene de Desagravo Público de 2018

A primeira Sessão Solene de Desagravo Público da gestão 2018-2020 do Coren-SP foi realizada na manhã desta quarta-feira (20/6) na sede da autarquia.

A cerimônia contou com a leitura de quatro Notas de Desagravo em defesa a profissionais de enfermagem agredidos verbalmente ou colocados em situações constrangedoras durante o desempenho de suas atribuições profissionais.

“Quando pensamos na questão da violência, lembramos que sete em cada dez profissionais de enfermagem já foram agredidos. A realização de uma Sessão de Desagravo como esta aqui na nossa casa mostra o fortalecimento de nossa categoria”, esclareceu a presidente do Coren-SP, Renata Pietro, na abertura da cerimônia.

Em seguida, a primeira-secretária da autarquia, Eduarda Ribeiro, explicou que “é um direito do profissional de enfermagem obter o Desagravo Público em decorrência de qualquer violência sofrida por ele. Preparamos esta sessão com muito cuidado”. Ela lembrou que o Desagravo é regulamentado pela Resolução Cofen nº 433/2012.

A leitura das quatro Notas de Desagravo Público foram feitas de forma alternada pelos conselheiros James Santos e Anderson Silva.

O primeiro desagravo foi em defesa da técnica de enfermagem Luciana Santos Vaz, funcionária do Hospital Geral de Vila Penteado. Ela foi agredida verbalmente por um médico enquanto buscava atendimento para sua mãe no próprio hospital. Além de insultar, o médico ainda recusou atendimento à sua mãe.

O segundo caso trouxe a história da auxiliar de enfermagem Luciene Maria Santos, agredida verbalmente por uma fisioterapeuta no Hospital das Clínicas da USP, onde ambas trabalham. “O que me trouxe a esta manifestação é o desejo de que não se banalizem esses atos de violência nem que eles se tornem corriqueiros. Respeito não tem hierarquia, respeito deve ser respeito em qualquer situação”, disse.

Já as enfermeiras Maria Soraia Nascimento da Silva e Michele de Oliveira Maciel Mariano participaram da cerimônia como representantes da Comissão de Ética de Enfermagem do Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário do Estado de São Paulo.

Uma médica publicou um livro detalhando a rotina do trabalho no hospital penitenciário e em um dos capítulos escreveu que profissionais de enfermagem mantinham relações sexuais com os presidiários. Essa alegação gerou uma série de problemas às enfermeiras e técnicas de enfermagem da unidade, inclusive a possibilidade de ameaças por parte das esposas dos detentos. A médica se desculpou pelo erro, mas mesmo assim o fato continuou repercutindo de forma prejudicial às mulheres da equipe de enfermagem.

“Nos sentimos acolhidas pelo Coren-SP e ficamos positivamente surpresas com a rapidez do processo de desagravo. Os funcionários do Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário sentiram-se representados pelo Conselho”, esclareceu Maria Soraia.

A quarta nota de desagravo foi em favor da técnica de enfermagem Gilmara Santos de Oliveira, que trabalha no Hospital São Luiz – unidade Itaim Bibi. Gilmara foi ameaçada repetidamente pela acompanhante de uma paciente, que fez ameaças de morte à técnica de enfermagem e solicitou a demissão de Gilmara aos superiores da profissional.

No encerramento da cerimônia, o segundo-secretário do Coren-SP, Paulo Cobellis, reiterou o compromisso da autarquia com a defesa de condições de trabalho adequadas aos profissionais de enfermagem, frisando que essa é uma das funções do Conselho.

Notas de Desagravos

As quatro notas de desagravo público podem ser lidas, na íntegra, nos links abaixo:

Desagravo em favor da técnica de enfermagem Luciana Santos Vaz

Desagravo em favor da auxiliar de enfermagem Luciene Maria Santos

Desagravo em favor da Comissão de Ética de Enfermagem do Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário

Desagravo em favor da técnica de enfermagem Gilmara Santos de Oliveira