Coren-SP participa da Sipat do Hospital Leonor Mendes de Barros

A presidente do Coren-SP, Fabíola de Campos Braga Mattozinho, apresentou dados da pesquisa sobre violência realizada pelo Coren-SP, durante a Semana Interna de Prevenção de Acidentes (Sipat) do Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, nesta quarta-feira (27)  – Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho.

A presidente Fabíola Mattozinho apresentou dados do levantamento sobre violência realizado pelo Coren-SP

Durante mesa-redonda, Fabíola revelou que 32% dos 2 mil entrevistados disseram ter sofrido algum tipo de violência no exercício da profissão, sendo 70% verbal e 20% física. Em mais de 50% das ocorrências a demora no atendimento foi apontada como o fator gerador da agressão, sendo que em quase 82% dos casos ela foi praticada por pacientes ou acompanhantes. “É uma realidade que não é de hoje, que gera conflitos e que tem vários aspectos que precisam ser trabalhados”, destacou Fabíola.

A importância da comunicação entre a equipe e o posicionamento da instituição em relação a apuração dos casos de violência foram ressaltados pela presidente do Coren-SP como fundamentais no combate à questão. “Precisa existir uma política da instituição na abordagem, acolhimento e notificação dos casos de violência, estabelecendo protocolos, trabalhando lideranças, pra reduzir este fenômeno. Não dá mais para culpabilizar a vítima”, enfatizou.

A Sipat do Hospital Leonor Mendes de Barros teve início dia 25 e prossegue até 29 de julho

Entre as ações promovidas pelo Coren-SP e citadas pela presidente estão: a realização de campanha publicitária, a parceria firmada com o Cremesp que deu origem ao Grupo de Trabalho criado em junho pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, além da realização de Desagravos Públicos em defesa dos profissionais agredidos.

Mediado pelo enfermeiro Laércio Ruela de Oliviera, presidente da Comissão de Saúde do Trabalhador do hospital, o debate teve, ainda, participação do Conselheiro Regional de Medicina (Cremesp), do Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde do Estado de São Paulo (Sindsaúde-SP), do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo (Sinsprev), e da Assessoria de Imprensa do Instituto de Infectologia Emilio Ribas.

O médico Temístocles Pie de Lima destacou a parceria entre o Cremesp e o Coren-SP

O médico Temístocles Pie de Lima disse que embora as agressões contra os profissionais de saúde já ocorram há anos havia pouco conhecimento a respeito, por isso a relevância dos levantamentos realizados pelo Cremesp e pelo Coren-SP na fundamentação da questão e sensibilização das autoridades. “Estamos unidos nesta luta para garantir que as condições de trabalho sejam as melhores possíveis”, explicou.

A comunicação entre os profissionais e os usuários foi apontada pela assessora de Imprensa do Emílio Ribas, Adriana Matiuzo, como essencial. Ela sugeriu a realização rotineira de pesquisas de satisfação como ferramenta de aprimoramento dos serviços “É uma forma de identificar conflitos e trabalhar preventivamente”, recomendou.

O advogado Orlando Faracco Neto, do Sinsprev, falou da importância de notificar formalmente a instituição dos casos de violência

Os advogados Danilo Quirino Trevisan (Sindsaúde-SP) e Orlando Faracco Neto (Sinsprev) ressaltaram a importância de notificar a instituição dos casos de violência, sempre de maneira formal, seja por e-mail ou ofício, além do registro do Boletim de Ocorrência e das notificações aos conselhos de classe. “O profissional não pode ficar sozinho nessa situação. É preciso chamar a instituição para a responsabilidade”, destacou Orlando. Ao final foi realizada uma grande rodada de perguntas e respostas.

Palestrantes, organizadores da Sipat e representantes dos sindicatos