Coren-SP e Sindicato dos Enfermeiros do Estado de SP divulgam carta à população com reivindicações da enfermagem

O recrudescimento da pandemia de Covid-19 com a chegada de variante Ômicron causou também o aumento da demanda de trabalho sobre os profissionais de enfermagem que estão na linha de frente da assistência. Com isso, questões como sobrecarga de trabalho, dimensionamento inadequado das equipes de enfermagem, falta de insumos e EPIs, falta de segurança e outras questões ficaram ainda mais evidentes, trazendo à tona a precarização das condições de trabalho às quais os profissionais de enfermagem estão submetidos.

Em vista dessa situação, o Coren-SP e o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP) estão adotando uma série de medidas de combate a essa precarização, atuando junto ao poder público para que sejam asseguradas condições dignas de trabalho aos enfermeiros, obstetrizes, técnicos e auxiliares de enfermagem paulistas.

Uma dessas ações é a divulgação da Carta Aberta à População, reproduzida abaixo, explicando à sociedade alguns dos problemas que afligem a nossa categoria, bem como nossas reivindicações:

Carta Aberta à População

O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP) e o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) vem a público denunciar o descaso com os trabalhadores da Enfermagem e pedir apoio da população para a valorização dos profissionais a fim de enfrentar em condições dignas o recrudescimento da pandemia que acontece em todo o país.

A disseminação acelerada da variante Ômicron da Covid-19 encontra os profissionais da saúde exauridos física e mentalmente; falta pessoal, as equipes de saúde que já eram reduzidas estão ainda menores, devido a muitos afastamentos, seja pela contaminação pelo vírus ou por outras doenças, decorrentes da estafa; muitos profissionais precisam dobrar plantões e não têm tempo nem condições adequadas de descanso nos hospitais. Muitos sofrem com atraso de salários e sequer tem recursos para a condução até o local de trabalho. A maioria, formada por mulheres, precisa trabalhar em dois ou três empregos para ganhar o mínimo necessário a fim sustentar a si e à sua família.

Todos esses problemas fazem com que a população tenha de esperar horas para ser atendida nas unidades de saúde e a assistência torna-se precária. Nos hospitais, lotados, as equipes já não conseguem dar conta da demanda.

Sondagem realizada pelo Coren-SP, em janeiro de 2022, mostra essa realidade. Entre os participantes, 81,7% informaram que estão atendendo maior volume de pacientes desde dezembro de 2021 e 33,7% tiveram impactos no aumento da jornada de trabalho. Além da crescente demanda, os profissionais de enfermagem manifestaram outra situação alarmante: 33,7% dos respondentes afirmaram sofrer agressões.

Diante dessa situação, o SEESP e o Coren-SP convocam a população a apoiar a luta da Enfermagem paulista e paulistana, pois, do contrário, será impossível continuar na linha de frente no combate à Covid-19 com eficiência. Precisamos que todos voltem a manter as medidas sanitárias a fim de frear o avanço da doença, bem como da H3N2, o subtipo da gripe Influenza A que também se dissemina rapidamente e para a qual ainda não tem vacina disponível. Medidas simples, como o uso correto da máscara, o distanciamento social e a constante higienização das mãos são capazes de reduzir muito a contaminação. Além disso, é preciso se vacinar com todas as doses necessárias.

Por outro lado, precisamos que a população apoie as reivindicações de Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, pressionando os governos estadual e municipais, deputados e demais autoridades públicas para que tomem medidas que vão desde a contratação emergencial de pessoal até a aprovação do PL 2.564/20 que estabelece um piso salarial nacional para que a categoria possa ter condições dignas de vida.

Conheça as principais reivindicações para as quais a Enfermagem precisa do seu apoio:

1 – Aumento do número de profissionais nas unidades;

2 – Concessão de férias que estavam suspensas;

3 – Concessão de pelo menos mais uma folga;

4 – Equipes de apoio psicológico nas unidades;

5 – Revisão da manutenção das unidades abertas nos finais de semana ou o pagamento de Hora Extra;

6 – EPIs em quantidade e qualidade adequados;

7 – Instalação da sala de descompressão nas unidades.

Juntos vamos vencer a pandemia!