Coren-SP debate mortalidade materna e infantil em evento da Sogesp

A mortalidade materna e infantil no período neonatal apresenta altos índices no Brasil. A Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Regional Santos) debateu alternativas para amenizar esse quadro, durante a IX Jornada de Obstetrícia e Ginecologia. A presidente do Coren-SP, Fabíola Campos, participou do evento e apresentou os desafios e as possibilidades de atuação da enfermagem nessa especialidade.

 

O debate abordou o tema a partir de um viés multidisciplinar. Integraram a mesa-redonda a enfermeira obstetra e articuladora do Departamento  Regional de Saúde IV (Baixada Santista), Patrícia Amorim Teixeira; o médico e presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Cláudio Barsanti; a médica Maria Fernanda Branco de Almeida, da coordenação geral do Programa de Reanimação Neonatal da Unifesp; a assistente social Gerciane Soares da Rocha; o promotor Carlos Alberto Carmello; o presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, Paulo César Giraldo; o professor da Unicamp, José Guilherme Cecatti; a médica e integrante da Comissão Científica do evento, Samira El Maerrawi Tebecherane Haddad; e a presidente do Coren-SP, Fabíola Campos.

Fabíola incentivou o protagonismo da engermagem na área obstetríca

A enfermeira obstetra e articuladora do Departamento  Regional de Saúde IV, Patrícia Amorim, apresentou um cenário alarmante referente à mortalidade materna na baixada santista, que tem índices mais altos do que os estaduais e nacionais. A taxa de mortinatalidade está entre as mais altas no contexto paulista. O levantamento apontou que 71% das mortes de bebês com menos de um ano poderiam ser prevenidas. “As causas são multissetoriais e multicasuais e têm relação com a atenção prestada à mulher durante a gestação e ao recém nascido”, disse.

A presidente do Coren-SP, Fabíola Campos, destacou a importância da formação específica nessa área e da capacitação constante. “A formação adequada dos profissionais é fundamental para o diagnóstico e tratamento precoce de possíveis problemas, de forma que a assistência não se fundamente apenas no direcionamento da gestante ao parto”, disse.

Ela também abordou a necessidade de garantir as condições adequadas de trabalho para a garantia de uma assistência segura, incentivar práticas colaborativas  e multiprofissionais, além de discutir as relações de poder e garantir espaços para o protagonismo da enfermagem. “Temos muitos enfermeiros e enfermeiras obstetras capacitados para atuar diretamente nesta área, mas, muitas vezes, são delegados a funções administrativas, ficando com a sensação de que poderiam fazer mais”, alertou.