Troca de experiências marca segundo dia da Semana em Santos

Sob moderação da presidente do Coren-SP, Fabíola Mattozinho, a professora Paulina Kurcgant falou sobre cultura e poder nas organizações de saúde no segundo dia de atividades da Semana de Enfermagem, em Santos, quarta-feira (18), no Teatro Coliseu.

A presidente do Coren-SP Fabíola Mattozinho e a professora Paulina Kurcgant

A necessidade de formação da consciência crítica e do pensamento político foi destacada por Paulina. “As maiores fragilidades da Enfermagem estão na dimensão ético-política, na luta pela condição onde a assistência é prestada. O contexto onde trabalhamos – nacional, estadual, regional e local (dentro da instituição) – são determinantes para a resolução de um problema. Se não houver esta visão e preocupação ele acabará se repetindo”, ponderou.

A professora Paulina Kurcgant traçou uma análise do comportamento da categoria

Paulina disse que o comportamento subserviente da Enfermagem é algo cultural e requer mudança de postura da categoria. “A Enfermagem é o grupo mais solidário, que mais se compadece da problemática do outro e que compartilha experiências com os outros profissionais, mas não valorizamos isso, não agregamos isso como valor, como qualidade profissional”, analisou.

A conselheira e professora Maria Cristina Massarollo moderou a mesa-redonda sobre formação profissional

Na sequência, a qualidade da formação foi tema da mesa-redonda mediada pela professora da USP e conselheira Maria Cristina Massarollo. “A formação gera impactos em todo mundo, na assistência e para a equipe, por isso temos que ter esta preocupação”. A professora Mariangela de Lara Soares, da Unilus, falou que o enfermeiro deve estar preparado para a tomada de decisões. “O raciocínio crítico e o julgamento clínico possibilitam o desenvolvimento de diversas competências e precisam ser estimulados na formação”.

“A Formação Universitária X Sistema Único de Saúde” foi o tema da palestra da professora da Unisantos, Luzana Bernardes

A saúde coletiva foi o tema abordado pela professora da Unisantos, Luzana Bernardes. “A atuação no SUS exige mudanças nas práticas de modo que estas envolvam a integralidade do ser humano. Temos que olhar o indivíduo como um todo”, defendeu. Já a coordenadora do curso de Enfermagem da Unimonte, Sônia Evangelista dos Santos, elencou as inovações na formação dos profissionais. “Temos que fazer diferente e fazer a diferença”.

A presidente do Coren-SP, Fabíola Mattozinho, plaestrantes e organizadores da Semana em Santos

Ao longo do dia, mais duas mesas-redondas foram realizadas tendo em vista a prática baseada em evidências. Entre os temas abordados: dor, humanização na UTI, segurança na medicação, mortalidade materno-infantil, envelhecimento da população e Síndrome de Burnout. “A enfermagem tem papel fundamental no manejo da dor e vai muito além da avaliação. É preciso questionar o paciente, conhecer os recursos disponíveis na instituição e os padrões de análise de dor”, detalhou a especialista em dor e cuidados paliativos, enfermeira Márcia Morete.

A chefe da Santa Casa de Santos, Glaucia Plaça Silva, moderou a mesa-redonda sobre assistência de Enfermagem

O público conferiu, ainda, duas palestras: do médico infectologista Marcos Caseiro, que falou sobre o contágio da Dengue, Zika Vírus e Chikungunya e do empreendedor Roger Koeppl, fundador da cooperativa de reciclagem Yougreen. “Você tem no dia a dia a chave da motivação. Se você sabe a qualidade do trabalho que realiza, a importância dentro da equipe, não precisa que ninguém lhe dê tapinha nas costas e diga parabéns”, defendeu.

Ao final, a presidente do Coren-SP, Fabíola Mattozinho, agradeceu o envolvimento da equipe organizadora, das gerentes de enfermagem das instituições da Baixada Santista, e a presença do público, destacando a importância da união da categoria. “A Enfermagem faz a diferença. Acreditem nisso. Juntos podemos vencer os nossos desafios, com troca de experiências e aprimoramento contínuo”, finalizou.