Seminário do Coren-SP aborda a segurança do paciente na atenção domiciliar

Temas como administração de medicamentos, critérios de elegibilidade do paciente, conflitos éticos e as competências do enfermeiro foram discutidos no Seminário de Segurança do Paciente na Atenção Domiciliar, realizado na sede do Coren-SP nesta quarta-feira (4/10), pelo Grupo de Trabalho (GT) de Enfermagem na Atenção Domiciliar, vinculado às Câmaras Técnicas da autarquia.

Fabíola Campos, presidente do Coren-SP, apresentou as principais ações do Conselho em seu mandato à frente da autarquia e destacou a importância dos 13 Grupos de Trabalho. “Nos últimos anos, trabalhamos para aproximar o Conselho da categoria e criar espaços de participação. Os GTs são um exemplo de ferramentas da atual gestão para dar voz aos profissionais de enfermagem”, disse.

Fabíola Campos apresentou as principais ações de seu mandato

De acordo com Luiza Watanabe Dal Ben, coornadora do GT de Atenção Domiciliar, essas ações são importantes para garantir o respaldo para a atuação profissional nas diversas áreas. “O apoio do Conselho a nós, da Atenção Domiciliar, tem nos dado uma segurança muito grande. Este é um momento de muito agradecimento”, disse durante a mesa de abertura do seminário.

Marcus Vinicius destacou as atuais condições de trabalho da enfermagem na atenção domiciliar

O panorama atual dessa área de atuação profissional foi trazido pelo primeiro-secretário do Coren-SP, Marcus Vinicius de Oliveira, na palestra “As perspectivas da equipe de enfermagem no âmbito do atendimento domiciliar no Brasil”. Ele orientou os presentes em relação à realização das anotações e registros de enfermagem, inclusive durante o atendimento no âmbito domiciliar. “Precisamos saber que a anotação e o registro têm que ocorrer em qualquer local em que o enfermeiro preste assistência. As anotações são o principal documento pedido por juízes durante processos e, segundo o código de defesa do consumidor, o ônus da prova sobre a qualidade do atendimento prestado recai sobre o profissional de saúde”, alertou.

Além disso, Marcus esclareceu a precariedade na qual o atendimento é prestado por uma grande parcela de profissionais de enfermagem que atuam nessa área. “As empresas não contribuem para sanar essa precariedade e uma grande fatia desse mercado infelizmente trabalha no improviso”, esclareceu, enfatizando que mesmo esses aspectos negativos devem ser abordados numa perspectiva de aprendizado e crescimento, buscando constantemente sua melhoria. “Enxerguemos que a atenção domiciliar é um mercado que está aberto para todos nós”, finalizou.

Luiza Dal Ben esclareceu as principais responsabilidades e características do trabalho do enfermeiro na atenção domiciliar

Luiza Dal Ben aprofundou a situação atual da enfermagem na Atenção Domiciliar em sua palestra “Panorama Nacional da Atenção Domiciliar”. Ela esclareceu as principais responsabilidades e peculiaridades do trabalho do profissional enfermeiro nesse âmbito, como as avaliações. “Nós, enfermeiros, somos o elemento mais importante na avaliação do nível de atenção que um determinado paciente requer. Além disso, o enfermeiro avalia os riscos assistenciais, gerenciais e administrativos na atenção domiciliar”, explicou.

Os participantes foram divididos em cinco grupos diferentes que, no período da tarde, trabalharam sobre um estudo de caso, com foco nos seguintes aspectos: “Critérios de elegibilidade do paciente no SUS e as competência do enfermeiro na atenção domiciliar”; “Critérios de elegibilidade no setor privado e as competências do enfermeiro na atenção domiciliar”; “Como vencer as distâncias/barreiras na atenção domiciliar/home care”; “Terapia medicamentosa: o desafio da segurança no domicílio” e “Como atuar frente aos desafios éticos na atenção domiciliar”.

Membros do GT de atenção domiciliar com os conselheiros Marcus Vinicius de Oliveira e Maria Cristina Massarollo

O respaldo oferecido pela legislação que regulamenta a enfermagem foi lembrado pela conselheira Marcília Bonacordi no encerramento do simpósio. “O que nos respalda em nosso dia a dia profissional é a documentação, o código de ética e a legislação. É extremamente importante estarmos empoderados com essas ferramentas”, finalizou.