Reunião do Coren-SP com profissionais de Santos prova mais uma vez o valor do profissional de enfermagem

O Coren-SP se reuniu com profissionais de enfermagem da Baixada Santista para um bate-papo sobre a atuação do Conselho e para ouvir as demandas, críticas e sugestões dos enfermeiros, obstetrizes, técnicos e auxiliares de enfermagem da região. O encontro foi realizado na última terça-feira (11/9), na sede do Sindest – Sindicato dos Servidores Estatutários Municipais de Santos. 

O Conselho foi representado no encontro pela presidente Renata Pietro, pelo vice-presidente Cláudio Silveira, pela primeira-secretária Eduarda Ribeiro e pela conselheira Ivete Trotti, que é da região de Santos. O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) foi representado pelo conselheiro Luciano Silva, que também é da região da Baixada Santista, e organizou o encontro entre os profissionais e as autarquias.

O bate-papo teve a participação de profissionais de diversos municípios da Baixada, como Santos, São Vicente, Guarujá e Praia Grande e teve uma avaliação positiva por parte dos representantes do Coren-SP.

Casos de sucesso

O enfermeiro Dagoberto Santos, do SAMU de Santos, foi um dos participantes da reunião. O profissional dividiu com a diretoria do Coren-SP uma experiência de sucesso da qual participou quando era gestor da enfermagem municipal da zona noroeste de Santos.

Ele contou que graças à adoção de uma gestão mais organizada e eficiente da UBS Rádio Clube, uma das maiores de Santos, com 120 profissionais de saúde, conseguiu reduzir a jornada de trabalho da equipe de enfermagem para 6 horas diárias e ao mesmo tempo melhorar a qualidade e eficiência do atendimento.

“Eu dividi o sistema de trabalho dentro da UBS, formando grupos e adotando programas de saúde do Ministério da Saúde como o pré-natal, preventivo, saúde da mulher e outros”.

Uma das ações de gestão mais efetivas adotadas por Dagoberto foi a organização do fluxo de trabalho entre demandas agendadas e demandas espontâneas da unidade. “Encaixar esses dois tipos de demandas é hoje o maior gargalo da atenção básica”, explicou o enfermeiro.

A partir dessa organização, o tempo de espera para consultas agendadas caiu de 20 a 30 dias para 2 dias no ambulatório e 7 dias para a ginecologia.  

Outro case trazido por profissionais de enfermagem de Santos que chamou a atenção da gestão do Coren-SP foi o do coordenador técnico do SAMU de Santos, Washington Miranda da Cruz.

Ele percebeu uma carência de treinamentos e de educação continuada no serviço no qual trabalha e resolveu realizar uma semana de treinamentos com cada profissional que volta de férias ou de licença superior a 30 dias. “Dessa forma aproveitamos que a equipe já se habituou a suprir a ausência do profissional e proporcionamos essa semana de treinamento”. Os temas abordados vão desde atendimento a paradas a administração pública, para empoderar os membros da equipe de enfermagem nos trâmites burocráticos por trás do funcionamento do serviço de saúde.

O retorno que Washington tem recebido dos profissionais que passam pelo treinamento tem sido positivo.

Além de ter aprimorado o sistema de educação continuada no SAMU, Washington também participou da viabilização de uma parceria entre o Rotary Clube e o SAMU.

“O Rotary doou dois equipamentos de simulação: um tórax e uma criança, que tem nos ajudado bastante. Além disso, essa parceria nos auxiliou com a realização de palestras para crianças dos Camps, uma instituição educativa beneficente. Com isso conscientizamos mais de 100 crianças no passado sobre questões relacionadas à saúde e sobre a importância de não realizarem trotes no SAMU. Tivemos graças a isso uma diminuição perceptível na quantidade de trotes que recebemos”, colocou Washington.

O que os casos da UBS Rádio Clube e do SAMU de Santos deixam claro é que a capacidade de gestão e de organização da enfermagem pode fazer toda a diferença na qualidade do atendimento à população.