Presidentes do Coren-SP e do Cremesp se reúnem para discutir temas comuns das instituições

O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Lavínio Nilton Camarim, recebeu, nesta quarta-feira (22/11), na sede do Conselho, a presidente do Conselho Regional de Enfermargem de São Paulo (Coren/SP), Fabíola de Campos Braga Mattozinho.

O objetivo da visita, além de ser o primeiro encontro dos dois presidentes após a posse de Camarim, em 1º de julho deste ano, foi discutir alguns temas comuns das instituições que requerem uma agenda de trabalho.

Um deles foi a violência contra os profissionais da saúde que tem preocupado os dois conselhos, uma vez que o médico e o enfermeiro atuam na linha de frente do atendimento à população. O tema ganhou grande repercussão, pois uma sondagem realizada pelo Cremesp e Coren-SP, entre janeiro e fevereiro de 2017, com 5.658 médicos e profissionais de enfermagem apontou que quase 60% dos entrevistados sofreram algum tipo de violência no ambiente de trabalho mais de uma vez e, em torno de 20%, pelo menos uma vez. O resultado da sondagem mobilizou os dois conselhos que lançaram a campanha “Violência Não Resolve”.

“Já temos um grupo constituído para discutir o tema, composto pelo Coren-SP, Cremesp e Secretaria de Estado de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP). E, com os dados que já temos em mãos da sondagem que fizemos com os profissionais e os dados disponibilizados pela Secretaria de Segurança, temos condição de traçar uma estratégia para abordar o tema da violência”, comentou Mattozinho. “Os dados nos mostram que há subnotificação dos casos e, nosso papel, será o de criarmos ações que promovam o acolhimento dos profissionais que sofrem violência, tanto na âmbito jurídico, quanto no psicológico e mesmo no que compete aos conselhos”, conclui.

“A violência contra os médicos e os enfermeiros é motivo constante de preocupação, afinal, na sua grande maioria, os profissionais não têm culpa pelos problemas da saúde na atualidade e que vem afetando o bom atendimento da população”, observa o presidente do Cremesp. “A parceria com o Coren-SP nesta luta é fundamental, pois vamos atuar para que a violência contra os profissionais da saúde seja considerado um crime com consequências jurídicas mais duras”, reforça Camarim.

Outro ponto abordado na reunião foi quanto à parceria do Cremesp e Coren-SP quanto ao estabelecimento de protocolos do atendimento de urgência e emergência, uma vez que não estão inseridos na Política Nacional de Urgência e Emergência. Os dois conselhos constituíram o Grupo Interdisciplinar de Urgência e Emergência, cujo principal objetivo é estabelecer com clareza o papel de cada profissional no atendimento pré-hospitalar e subsidiar as discussões entorno da reformulação da Portaria 2.048/2002, do Ministério da Saúde, que já não atende mais o atual cenário.