Os regentes da cirurgia segura

Profissionais de Enfermagem atuam em todos os processos do transoperatório e asseguram o cumprimento das normas de segurança do paciente

Em uma orquestra, para que o grande contingente instrumental siga rigorosamente o tempo rítmico, a dinâmica e o andamento indicados na partitura, é necessário um líder que mantenha a ordem. Quando o assunto é cirurgia, a lógica é a mesma. É indispensável que todas as ações estejam articuladas e sigam rigorosamente as normas de segurança do paciente. Neste caso, os maestros são os profissionais de Enfermagem, responsáveis pela “regência” da equipe e pelo cumprimento de todas as ações do transoperatório, garantindo o sucesso do procedimento.

A implementação de medidas de segurança do paciente no pré, trans e pós-operatório é um dos maiores desafios enfrentados pelos profissionais de saú- de que atuam em centros cirúrgicos. A avaliação é da enfermeira Simone Garcia, da Diretoria de Educação da Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC).

Em 2008, a Organização Mundial da Saúde (OMS) Patrícia Goulart, diretora técnica do Serviço de Saúde do Centro Cirúrgico do Instituto Central do Hospital das Clínicas (HC) Cláudio Lins implantou o checklist de segurança perioperatória em procedimentos invasivos e, desde então, as instituições vêm se adequando a essa exigência internacional. A equipe de Enfermagem tem papel fundamental na verificação dos protocolos e cumprimento dos processos no perioperatório. “O enfermeiro tem que fiscalizar o cumprimento de segurança, de modo que, se for necessário, possa barrar a intervenção cirúrgica”, explica Simone.

Na luta cotidiana contra o tempo, procedimentos simples, como a higienização das mãos ou esterilização do material cirúrgico podem ser esquecidas ou deixadas de lado, causando danos muitas vezes irreversíveis aos pacientes. “O enfermeiro é o gestor da equipe do pré ao pós operatório e deve ter equilíbrio e embasamento para liderar e fiscalizar todo o processo”, destaca a enfermeira Patrícia Goulart Lima, diretora técnica do Serviço de Saúde do Centro Cirúrgico do Instituto Central do Hospital das Clínicas (HC).

Atento a essa realidade, o HC desenvolveu uma série de procedimentos que visam a segurança do paciente no transoperatório. As duas mil cirurgias realizadas por mês contam com o trabalho assistencial de 200 profissionais de Enfermagem, que fazem uso da Sistematização de Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP), com aplicação de protocolos, checklist e o cumprimento do Timeout, antes de iniciar as cirurgias.

“No processo transoperatório, que se inicia na indução anestésica e vai até o fechamento da cirurgia, há um passo a passo dividido em três fases. Cada um deles é esmiuçado por processos que aumentam a segurança do paciente no momento em que ele está mais vulnerável ”, explica a enfermeira Patrícia. “A Enfermagem permeia todo o processo perioperatório, da chegada do paciente com o termo de consentimento para a cirurgia à alta com orientações para uma recuperação melhor”, constata.

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