Enfermagem, medicina e farmácia unidas contra a violência

O Coren-SP vem dando continuidade à campanha em combate à violência sofrida pelos profissionais de enfermagem, e desta vez, em conjunto com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e com o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), lançou o lema “Quem cuida merece respeito”, nesta terça-feira (18/9). É a primeira vez que três conselhos da saúde se reúnem para combater as agressões sofridas pelos profissionais de saúde durante o exercício da profissão.

Marcos Machado (presidente do CRF-SP), Renata Pietro (presidente do Coren-SP) e Lavínio Camarim (presidente do Cremesp)

Os presidentes dos conselhos fizeram suas considerações em relação aos resultados das pesquisas realizadas por cada profissão, e que convergem em uma realidade alarmante: cerca de 70% da totalidade desses profissionais de saúde já sofreram algum tipo de agressão. Sete em cada dez médicos e seis em cada dez profissionais de enfermagem disseram ter sofrido a violência em instituição pública, enquanto que, para os farmacêuticos, 70% dos casos de violência ocorreram no setor privado. O principal tipo das agressões sofridas pelos profissionais é verbal – 90% para profissionais de enfermagem, 47% para médicos e 89% para farmacêuticos. A violência física é o segundo tipo com maior incidência, atingindo 21% dos profissionais de enfermagem, 18% dos médicos e 7% dos farmacêuticos.

Apresentação dos dados contou também com a presença do segundo-secretário do Coren-SP, Paulo Cobellis

A violência acontece, em maior incidência, por parte dos próprios pacientes, seguido por familiares e acompanhantes em segundo e terceiro lugares dos que mais agridem os profissionais. As filas e a demora no atendimento são as principais motivações da agressão contra os profissionais, resultando em 66% dos casos de violência contra profissionais de enfermagem, assim como 56% e 53% quando envolvem farmacêuticos e médicos, respectivamente.

Profissionais de saúde agredidos foram acolhidos durante evento que marcou o lançamento da campanha conjunta entre os conselhos

“Toda porta de entrada da saúde é feita pela enfermagem. A agressão a esses profissionais prejudica todo o atendimento à saúde”, destacou a presidente do Coren-SP, Renata Pietro, durante sua fala. Foi ela também quem realizou a apresentação dos dados compilados das pesquisas. Já o presidente do Cremesp, Lavínio Camarim, destacou a importância de a assistência ser tratada de forma justa por toda a sociedade. “A saúde não pode ser explorada como gesto de palanque”. O presidente do CRF-SP, Marcos Machado, ressaltou a alta demanda de atendimento no setor público como um dos fatores que despertam a insatisfação dos usuários. “Isso gera uma expectativa para o paciente que precisa do medicamento, mas sequer conseguiu uma receita médica”, comentou ele.

Estiveram presentes também o enfermeiro Wagner Batista, a técnica de enfermagem Sonia Regina Espírito Santo e a médica Edwiges Dias da Rosa, que já foram agredidos em seus locais de trabalho, bem como o segundo-secretário do Coren-SP, Paulo Cobellis, um dos idealizadores da pesquisa.

Iniciativa

Campanha

A campanha “Quem cuida merece respeito” corresponde à terceira etapa da campanha de combate à violência já realizada anteriormente. Ao lado das ações de fiscalização e a cobrança por melhor estrutura e acolhimento aos profissionais, o esforço dos Conselhos para conscientizar a sociedade é fundamental para combater esse grave problema.

Confira o site oficial da campanha e ajude a conscientizar a sociedade de que violência não resolve: Respeite quem cuida!

Repercussão na mídia

A coletiva de imprensa que marcou o lançamento da campanha e a divulgação dos dados das pesquisas contou com a presença de diversos meios de comunicação de grande abrangência. Confira:

Rede Globo: Após serem vítimas de agressão, médicos e profissionais de enfermagem são ouvidos pelos conselhos

Rede Globo: Campanha alerta pacientes contra violência no ambiente hospitalar

O Estado de S. Paulo: Sete em cada dez profissionais de saúde já sofreram algum tipo de agressão, mostra pesquisa

Agência Brasil: Pesquisa retrata agressões a profissionais de saúde no trabalho

Rádio CBN: Sete em cada 10 profissionais de saúde já foram agredidos em instituições públicas de SP

Jovem Pan: Sete em cada dez profissionais de saúde já sofreram agressão

IstoÉ: Profissão de risco

Radioagência Nacional: Em São Paulo, 7 em cada 10 profissionais de saúde já sofreram algum tipo de agressão