Empreendedorismo e urgência e emergência dominam segundo dia da Jornada de Especialistas

Uma injeção de ânimo. Foi assim a palestra da enfermeira e coach Soraya Blumer, que abriu o segundo dia da 1ª Jornada Paulista de Especialidades em Enfermagem, que prossegue até quinta-feira (28) no Coren-SP Educação.

A enfermeira e coach Soraya Blumer contou um pouco de sua experiência em multinacionais

Soraya lembrou que o Brasil tem 77 mil estabelecimentos de saúde, sendo 6,5 mil hospitais. “Não devemos ter medo de dizer que a saúde é um grande negócio. A especialidade está abrindo muitas portas e criando novas oportunidades nos campos de atuação e pesquisa”, disparou. 

Com experiência em multinacionais, Soraya contou à plateia que foi essencial na sua carreira ter atuado na beira do leito e sempre ter uma visão geral das necessidades dos clientes. “Somos consultores respeitadíssimos e levamos tecnologia para dentro das instituições”, destacou. Ao final, falou da importância de se autovalorizar. “Nunca tenham vergonha de servir o outro, de se ajoelhar. Isso é um dom e é mágico. Mas saibam se impor. Reconheçam o valor do seu trabalho, sempre com inteligência e competência”, recomendou.

O público lotou o auditório do Coren-SP Educação

Urgência e Emergência – A mesa-redonda moderada pela professora e conselheira Consuelo Garcia abordou importantes temas, tais como: PCR, AVCH, APH e o processo de doação e transplante de órgãos. Com bastante didática, o chefe da OPO do Hospital Dante Pazzanese e membro da Socesp, César Augusto Marcelino, detalhou a assistência de Enfermagem ao paciente em Parada Cardiorrespiratória (PCR), com enfoque na compressão torácica e nos protocolos de medicação. “Desde 2015 a vasopressina foi removida do algoritmo da PCR, em adultos, mantendo-se apenas a epinefrina”, destacou. 

O enfermeiro César Augusto Marcelino abordou a PCR em adulto

O cuidado do paciente no AVCH e na morte encefálica foi o tema abordado pela enfermeira especialista em terapia intensiva, Carla Marta. “Qualquer paciente está suscetível a um acidente vascular encefálico. Uma sepse de foco pulmonar pode formar micro trombos e isso pode levar a um evento esquêmico”, exemplificou. Carla lembrou que o paciente neurocrítico deve ser examinado de hora em hora. “Se eu pensar que este paciente é um potencial doador de órgãos então eu tenho que realizar a umidificação ocular a cada quatro horas e manter o controle rigoroso de glicemia, diurese e gasometria arterial, de hora em hora, entre outros cuidados”.

Especialista em terapia intensiva, Carla Marta falou dos cuidados com o paciente no AVCH

As recomendações foram endossadas pela enfermeira Vanessa Ayres Carneiro, da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Ela apontou a subnotificação como a principal causa do baixo número de transplantes no país. “Se o paciente não tiver diagnóstico, a família não será consultada sobre a doação dos órgãos. A cada cinco doadores potenciais somente dois são notificados”, revelou, informando que 31.915 pacientes estão na fila de espera por um órgão, no Brasil, segundo levantamento de dezembro de 2015.

Vanessa Carneiro, da ABTO, abordou os desafios que precisam ser enfrentados para o aumento do transplante de órgãos

Finalizando os trabalhos do período da manhã, o vice-presidente do COBEEM, Roberto de Oliveira Castro, que atua no SAMU de Diadema, falou dos desafios do APH. “Todos nós estamos capacitados para realizar o suporte de vida, para fazer as manutenções vitais básicas”, finalizou.

O vice-presidente do COBEEM, Roberto de Oliveira Castro