Coren-SP repudia redução da quantidade de profissionais por paciente em hemodiálise

O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) reafirma a sua luta e atuação em prol do dimensionamento adequado de profissionais em todas as esferas da assistência, buscando sempre um atendimento seguro aos pacientes e condições adequadas para o exercício profissional. Por isso, repudia veementemente a portaria 1.675/2018, do Ministério da Saúde, que altera os critérios para a organização, funcionamento e financiamento do cuidado da pessoa com Doença Renal Crônica, no âmbito do SUS.

Entre as mudanças previstas no documento, está a redução do número de enfermeiros por turno de hemodiálise. Antes, era determinada a presença de um enfermeiro a cada 30 pacientes e, com a nova norma, passaram a ser 50 pacientes. O mesmo ocorreu com os Técnicos de Enfermagem, que agora devem atender seis pacientes por turno (antes eram quatro).

O Coren-SP considera esta ação mais um agravante no processo de desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS), tornando os profissionais e a população vítimas de uma realidade de falta de estrutura, de insumos e de condições mínimas para o trabalho e atendimento dignos. A saúde pública brasileira carece de investimentos e ampliação das equipes, em detrimento dos cortes e da precarização que vem enfrentando ao longo das décadas.

A gestão 2018-2020 reafirma a sua luta em defesa do SUS, dos profissionais de saúde e do povo e denunciará à sociedade e autoridades as ameaças que essa portaria representa para a universalidade, um dos princípios básicos do sistema de saúde brasileiro. Para isso, está dialogando com o Governo de São Paulo, em grupo de trabalho específico para elaborar uma minuta de norma técnica que estabeleça requisitos para a realização de hemodiálise à beira leito nas instituições de saúde do Estado.