Coren-SP promove Encontro de Responsáveis Técnicos em Sorocaba

O Encontro de Responsáveis Técnicos está percorrendo todo o Estado, para promover debates sobre liderança e empoderamento. O primeiro evento aconteceu na capital e, devido à grande adesão, o Coren-SP descentralizou a iniciativa para o litoral, interior e Grande São Paulo. A 6ª edição foi realizada em Sorocaba na última quarta-feira (20).

Durante a mesa de abertura, a presidente Fabíola Campos destacou a importância do empoderamento da enfermagem. “Somos a categoria capaz de transformar a ótica da saúde desse país. Temos que acreditar no nosso potencial”, disse. Ela também convidou os presentes a participarem das atividades do Conselho. “Escolhemos ter uma profissão e, por isso, temos um Conselho que nos representa. Esse deve ser um motivo de orgulho. Nos últimos anos buscamos abrir o Coren-SP para os inscritos, tornando a relação mais democrática e participativa”, completou.

Também integraram a mesa de abertura a conselheira Rosangela Mello, a coordenadora de enfermagem da UNIP, Raquel Machado Cavalca Coutinho, e a presidente do Comitê de Ética de Enfermagem de Sorocaba, Anie de Oliveira Silva.

Especialistas das diversas áreas da assistência integraram a mesa redonda “Prática da Liderança em enfermagem em diferentes níveis da atenção em saúde”, moderada por Fabíola Campos. Rosana Aparecida Garcia, coordenadora do GT de Atenção Básica do Coren-SP e coordenadora na Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, falou sobre as especificidades do gerenciamento nesta área. Ela motivou os participantes a deixarem a zona de conforto e a promoverem discussões compartilhadas com a equipe e análise de casos e da demanda espontânea, aspectos que considerou fundamentais para a gestão da atenção básica. “Não existe liderança sem comunicação. Além disso, é importante termos habilidade para nos comunicar, pois só assim alcançaremos o resultado almejado”, orientou.

A Atenção Domiciliar foi abordada por Luiza Dal Ben, coordenadora do Grupo de Trabalho do Coren-SP sobre o tema e do Grupo de Estudos sobre Assistência Domiciliar do Núcleo Metropolitano São Paulo (Numesp) da Rebraensp. Ela apresentou as modalidades de cuidado nessa área, como a assistência, internação e atendimento domiciliar. “Nesse campo, o respeito pelo paciente é primordial e estar acima da relação que o profissional tem com a fonte pagadora, como os convênios. Isso é uma questão ética. Ter o consentimento do paciente e de sua família é vital na assistência domiciliar”, disse.

Andrea Cotait, Diretora da Divisão de Enfermagem do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC), apresentou os desafios da gestão em instituições públicas, que reúnem diferentes níveis de contratação. “A conscientização dos enfermeiros sobre posicionamento de liderança é fundamental perante essas adversidades. O gestor deve saber trabalhar com dilemas”, disse referindo-se a um caso que apresentou, de uma profissional que tinha dificuldade de relacionamento interpessoal, falta de interesse e de postura ética e o vínculo de emprego dificultava seu desligamento.

A professora emérita da USP, Paulina Kurcgant, realizou a conferência “Capacitação do enfermeiro para a liderança em enfermagem”. Ela mostrou a evolução do cuidado científico da enfermagem ao longo das décadas. “Avançamos muito na área do conhecimento. É gratificante acompanhar a assistência que os profissionais de enfermagem oferecem atualmente”, disse.

Ela ainda destacou o papel fundamental dos Responsáveis Técnicos na valorização de sua equipe e na busca por melhores condições de trabalho junto às estruturas de poder nas instituições. “Não podemos nos colocar de forma subalterna. Temos que apresentar nossas demandas e lutar para que as necessidades da enfermagem sejam contempladas, lembrando que isso é fundamental para a garantia de uma assistência de qualidade ao usuário”, disse.

A conferência foi moderada por Maria Madalena Januário Leite e Gabriela Zinn.