Coren-SP promove “Encontro de enfermagem na área materno-infantil” na Baixada Santista

A redução da mortalidade materno-infantil é um dos oito Objetivos do Milênio definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e está relacionada à incidência de cesarianas e à assistência prestada às parturientes em todas as fases da gestação até o nascimento e primeiros meses de vida dos bebês. Para debater esse tema, o Coren-SP promoveu o “Encontro de enfermagem na área materno-infantil”, nesta quarta-feira (14), em Santos, abordando a situação da Baixada Santista.

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Fabíola Campos incentivou o protagonismo da enfermagem na saúde da mulher 

De acordo com a Diretoria Regional de Saúde IV, a região registra uma média de 18 óbitos maternos a cada 100 mil parturientes e 15 a cada 100 mil bebês. Entre essas ocorrências, 72% são evitáveis. Além disso, a Baixada Santista está na segunda posição do ranking estadual de sífilis materna e de mortalidade materno-infantil, ficando atrás apenas da região de Bauru. “É inacreditável que uma região com os melhores Índices de Desenvolvimento Humano do país tenha indicadores tão ruins referentes à mortalidade materno-infantil”, disse a presidente do Coren-SP, Fabíola Campos, na abertura do encontro, destacando que essa realidade é resultado da soma de diversos fatores, relacionados à políticas públicas, especificidades regionais, entre outros. Fabíola ainda defendeu a participação e o empoderamento da enfermagem nas políticas públicas referentes à saúde da mulher e à obstetrícia.  

Também integraram a mesa de abertura a integrante do GT de Saúde da Mulher, Milene Mori, que também atua na Secretaria de Saúde de Santos; e da articuladora de Saúde da DRS IV, Patrícia Amorim.

Além da apresentação dos indicadores da Baixada Santista, o evento debateu temas como a importância do pré-natal na Atenção Básica e o pré-natal de alto risco; o atendimento em unidade extra-hospitalar, nos centros de parto normal; a mudança do modelo assistencial nos centros obstétricos  e o período puerperal e cuidados com o recém-nascido.

Bruna Renó representou a Praia Grande e falou sobre a importância do pré-natal na Atenção Básica. “Um dos problemas da região é que as mães não têm o hábito de fazer o pré-natal. O enfermeiro tem papel fundamental nesse contexto”, disse. Ela ainda destacou que as resposnabilidades da enfermagem vão além do cuidar. “É uma profissão muito mais abrangente”.

Bruna Renó destacou o papel abrangente da enfermagem 

De acordo com Rosemeire Sartori, presidente da Abenfo-SP “onde há enfermeiro obstetra há bons indicadores”. Ela ainda falou sobre a hemorragia, uma das principais causas de mortalidade materna no Brasil, destacando a necessidade de uma atenção especial ao terceiro período do parto e não apenas ao pré e pós. “Se há perda de mais de 500 ml de sangue no parto normal ou de 1.000 ml na cesárea nas 24 horas subsequentes  ao parto,  podemos considerar um grande risco de hemorragia”. Ela frisou a importância de a enfermagem elaborar e seguir protocolos e desenvolver uma visão cada vez mais científica.