Coren-SP promove 1º Simpósio de Saúde do Trabalhador

A presidente do Coren-SP, Fabíola de Campos Braga Mattozinho, na abertura do evento, ao lado da coordenadora de GT de Saúde do Trabalhador, Patrícia Pavan (à esq); e da conselheira Maria Cristina Massarollo

A presidente do Coren-SP, Fabíola de Campos Braga Mattozinho, na abertura do evento, ao lado da coordenadora do GT de Saúde do Trabalhador, Patrícia Pavan (à esq); e da conselheira Maria Cristina Massarollo

 

Transtornos psíquicos, problemas musculares, absenteísmo e depressão. Esses são alguns sintomas que envolvem a saúde do trabalhador quando fatores ambientais e sociais não estão adequados nas instituições de saúde. O Coren-SP está incentivando os debates sobre este tema e promoveu no dia 26 de outubro, em sua sede em São Paulo, o 1º Simpósio de Saúde do Trabalhador.

Especialistas no assunto abordaram temas como violência, assédio moral e conflitos no trabalho, com o objetivo de esclarecer o público e apresentar medidas que o Coren-SP está adotando para apoiar os profissionais de Enfermagem na solução de problemas deste tipo. “Muitas vezes as pessoas são agredidas no ambiente de trabalho, mas não falam, porque não têm quem as ouça. Por isso, o Coren-SP está aberto para os profissionais. Precisamos estar unidos”, afirmou a presidente do Coren-SP, Fabíola de Campos Braga Mattozinho, durante a mesa de abertura, ao lado da conselheira Maria Cristina Massarollo e da coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Trabalhador, Patrícia Pavan.

Conselheira Maria Cristina Massarollo

Massarollo alertou que problemas relacionados à saúde do trabalhador podem afetar a qualidade do atendimento nos serviços de saúde. “As instituições envolvem muitos conflitos e a saúde do trabalhador é um tema que impacta na vida dos profissionais e, consequentemente, na assistência prestada aos pacientes”, avalia.

Qualidade

A enfermeira Maria Manuela Ferreira, de Portugal

A mesa “Projetando a qualidade na saúde da Enfermagem” contou com a participação da enfermeira Maria Manuela Ferreira, de Portugal, e foi moderada por Patrícia Pavan. A palestrante classificou os ambientes de saúde como os mais complexos e citou o dimensionamento de profissionais e uso de novas tecnologias como ferramentas que podem melhorar as condições de trabalho.

A enfermeira portuguesa também considera que a estrutura organizacional está relacionada aos resultados dos cuidados prestados à população. “Não se trata apenas de estrutura física, mas sim da saúde física e mental dos profissionais, para que possam cuidar do outro”, afirmou.

Ao mediar a mesa, Patrícia Pavan apresentou os principais fatores que, atualmente, prejudicam a saúde do trabalhador de Enfermagem, como uma grande carga de trabalho, ritmo intenso, múltiplas jornadas e o excesso de peso com que eles lidam no dia a dia. No Brasil, os problemas musculoesqueléticos são os mais comuns, mas em alguns cenários os psíquicos já estão despontando como mais recorrentes. “Se temos uma pessoa doente trabalhando vamos ter redução da produtividade, adoecimento e absenteísmo”, constata, citando um fenômeno identificado recentemente, o presenteísmo, em que as pessoas vão ao trabalho e não revelam seus sintomas, por medo de perder o emprego. “Se não tratarmos o início do sintoma as doenças se tornam crônicas”, alerta Pavan.

Patrícia Pavan, coordenadora do GT de Saúde do Trabalhador

Assédio Moral

 

O termo “assédio moral” está se tornando mais comum nos últimos anos. De acordo com a coordenadora de Enfermagem do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Ellen Maria Hagopian, há várias definições. Ela considera a mais correta “exposição de trabalhadores a situações, vexatórias, constrangedoras e humilhantes, repetidamente”. O tema foi abordado na mesa “Violência, assédio moral e conflito no trabalho: o que o profissional de Enfermagem precisa saber?”.

A coordenadora de Enfermagem do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Ellen Maria Hagopian,e o Conselheiro Marcus Vinícuis de Oliveira 

 

O assédio moral no ambiente de trabalho pode gerar sintomas nos profissionais como perda de memória, dores de estômago, diarreias, náusea, transtornos do sono e até levar ao suicídio. “Isso prejudica o trabalhador, mas também a empresa, que poderá ter toda a equipe afetada e problemas como o absenteísmo”, expõe.

O conselheiro do Coren-SP, Marcus Vinícius de Oliveira, mediou a palestra e informou que o Coren-SP acolhe profissionais em situações deste tipo visando minimizar os impactos e oferecer suporte na solução. “Quando há denúncias de assédio entre profissionais de Enfermagem, avaliamos se há elementos que a tornem um processo ético e trabalhamos na mediação e conciliação”.

Interação

Fábio José da Silva e Idelma Boscolo, membros do GT de Saúde do Trabalhador

 

Após as palestras, os participantes do Simpósio tiveram momentos de diálogo e interação, como a roda de conversa “Expectativas do GT de Saúde do Trabalhador”, conduzida pelos enfermeiros Fábio José da Silva e Idelma Boscolo, membros do grupo. Também houve oficinas e debates sobre o tema e uma meditação coletiva, chamada mindfullness