Coren-SP participa do 6° Seminário Nacional de Atendimento Pré-Hospitalar de Emergências e de Resgate de Acidentados

A atuação da enfermagem no Suporte Intermediário de Vida (SIV) foi um dos temas de grande destaque no 6° Seminário Nacional de Atendimento Pré-Hospitalar de Emergências e de Resgate de Acidentados. A presidente do Coren-SP, Fabíola Campos, participou de uma mesa redonda sobre esse tema e defendeu a regulamentação do exercício profissional na área e também a atuação multidisciplinar.

Moderada pela coordenadora do Grupo de Trabalho de Urgência, Emergência e Atendimento Pré-Hospitalar do Coren-SP e enfermeira do SAMU, Marisa Malvéstio, a mesa contou também com a participação de Maristela Uta Nakano, coordenadora geral do SAMU São Paulo; Jorge Ribera, médico diretor do GRAU; Carlos Alberto Eid, médico com especialização em saúde pública; Juliano Roque de Souza, enfermeiro coordenador da ViaOeste Barueri; Rose Souza, enfermeira do SAMU São Paulo; e Simone Patrocínio Pires, enfermeira do GRAU.

Malvéstio iniciou os debates com uma indagação: O Suporte Intermediário de Vida (SIV) existe no Brasil? A resposta foi negativa, pois formalmente ele não é instituído. “O mundo já produziu essa modalidade e a estuda, mas, no Brasil, não temos uma legislação que prevê esse serviço”, disse.

Com base nessa realidade a presidente Fabíola Campos expôs a necessidade de regulamentação. “Temos que garantir o respaldo necessário para que o profissional atue com segurança e não sofra consequências por intervir em prol da vida”, afirmou, pontuando que há profissionais ainda inseguros sobre suas responsabilidades. “Em alguma situações, os profissionais se sentem inseguros em realizar determinados procedimentos e eles não podem ser acusados de omissão”. Ela também defendeu a atuação multidisciplinar, o trabalho em equipe e a valorização dos papeis de cada profissional.

Maristela Uta Nakano, coordenadora geral do SAMU São Paulo, reforçou essa tendência. “A importância do SIV está mais do que demonstrada. Ele é uma necessidade e não uma alternativa”, frisou.

Neste sentido, Carlos Alberto Eid expôs que o serviço básico não atende a necessidade de grande parte dos pacientes e que isso deve ser mudado. “Se o paciente não tem acesso à assistência adequada, podemos afirmar que o socorro não chegou até ele”. Ele ainda ponderou que é necessário discutir mais a questão do acesso e não se deter à cobertura. “O acesso leva em consideração o recurso disponível e não apenas se há ambulância em determinado município”.

Jorge Ribera, médico diretor do GRAU, apresentou alguns desafios da enfermagem, como a realização de procedimentos mais complexos, como a broncoaspiração.  

A enfermeira Rose Souza, do SAMU São Paulo, viveu essa realidade em seu cotidiano profissional. Ela atuava no Suporte Avançado e, há quatro anos, foi transferida o SIV, em sua implantação. “Nós questionamos: vamos ter que atuar sozinhos? Até onde podemos ir? Que respaldo teremos?. Depois de muito trabalho, ela conta que sua equipe conquistou o reconhecimento dos demais profissionais, tornando-se uma referência. “Hoje nossos colegas já reconhecem que a nossa equipe, o SIV, deve ser encaminhado para casos complexos”, relata.