Coren-SP participa de Encontro da OPO da Unicamp

A conselheira Maria Cristina Braga Massarollo participou, sexta-feira (6), do V Encontro Regional de CIHDOTTs e UTs da Organização de Procura de Órgãos (OPO) da Unicamp, realizado no auditório do Hospital das Clínicas da universidade. Juntamente com o médico Reinaldo Ayer de Oliveira (Cremesp) e com o advogado Paulo Cesar da Silva Braga (OAB), Maria Cristina discutiu e esclareceu questões éticas relacionadas ao Processo de Doação de Órgãos e Tecidos. A mediação da mesa foi do coordenador da OPA, médico Luiz Antônio da Costa Sardinha.

A conselheira Maria Cristina Massarollo durante encontro realizado no Hospital das Clínicas da Unicamp

Antes de dar início ao debate, o médico Reinaldo Ayer lembrou que até a década de 1960 as pessoas morriam por parada cardiorrespiratória. A partir do surgimento de procedimentos de resultado, com manobras de ressuscitação, alguns pacientes passaram a morrer por danos cerebrais e surgiram as dúvidas se estavam mortos ou não. Em 1968, na Universidade de Harvard, uma comissão de juristas, médicos e religiosos definiu os primeiros critérios do coma irreversível como um novo conceito de morte. “O conceito de morte encefálica é quase uma lei como diagnóstico de morte, atualmente”, destacou.

A conselheira disse que muitos profissionais têm dificuldades em lidar com a questão da morte cerebral

O encontro teve formato de talk-show. Perguntas previamente enviadas pelos profissionais e graduandos foram respondidas pelos três convidados.  Sobre a melhor abordagem com os familiares, a conselheira Maria Cristina ponderou. “O profissional cria um problema quando pergunta à família se quer ou não continuar com os aparelhos ligados, no caso de negativa de doação de órgãos. Agir desta forma é transferir à família muita responsabilidade”, disse, lembrando que há dificuldades em aceitar a desconexão, quando o paciente não é doador, mesmo entre os profissionais da saúde.

O público lotou o auditório do HC da Unicamp e participou ativamente do encontro

O advogado Paulo Braga falou da possibilidade de decidir pela doação dos órgãos ainda em vida e citou o professor Carlos Alberto Bittar. “Nem mesmo á família pode se sobrepor ao direito da personalidade. Vale sempre a vontade do doador, mas ele precisa deixar isso registrado”, explicou.

Ao final, a professora Maria Cristina lembrou que o Cofen está realizado consulta pública para atualizar a normatização referente à atuação da Equipe de Enfermagem na Captação e Transplante de Órgãos e Tecidos. Participe clicando aqui.