13 de setembro: Dia Mundial da Sepse

O dia 13 de setembro, considerado o Dia Mundial da Sepse, a data serve para conscientizar e informar à população em geral e aos profissionais de saúde sobre a Sepse, popularmente conhecida como infecção generalizada.

Trata-se de um conjunto de sintomas que mostra um quadro de estado inflamatório em todo o organismo. Causada por agentes infecciosos (vírus ou bactérias) no sangue, faz com que vários órgãos do corpo passem a apresentar sinais da síndrome. No Brasil, a sepse é responsável pela ocupação de 25% dos leitos das UTIs, segundo estudo realizado em 2014. Os números relativos à prevalência apontam para 28,1% dos indivíduos internados, sendo que o índice de mortalidade chega a 54,5% dos pacientes.

O dr. Murillo Santucci Assunção (SP), médico intensivista do Hospital Israelita Albert Einstein e presidente do Comitê de Infecção da AMIB, lembra que os estudos epidemiológicos existentes no País apontam para uma alta incidência de sepse. “Podemos entender que a alta mortalidade acaba envolvendo pacientes que estão com disfunção orgânica, ou seja, aqueles doentes que têm a sepse dentro das novas definições”, explica.

Sepse 3.0

Uma pesquisa conduzida por uma força tarefa de especialistas dos Estados Unidos e Europa, promoveu uma atualização para a definição de Sepse.

O estudo Sepse 3.0 foi coordenado pelo dr. Mervyn Singer, professor de Medicina Intensiva na University College de Londres, e teve a participação de 19 especialistas em cuidados intensivos, doença infecciosa, cirurgias e doenças pulmonares dos Estados Unidos e Europa, visando um consenso sobre as definições de sepse e choque séptico.  Segundo o dr. Singer, “a sepse tem significados diferentes para médicos diferentes. Os dados americanos não condizem com os brasileiros, que por sua vez não coincidem com os ingleses. Isso se deve à forma como descrevemos nossos pacientes. Quando falamos de choque ou disfunção de órgãos, nem sempre queremos dizer a mesma coisa”, explica.

Para mudar essa realidade, o grupo avaliou quais critérios clínicos identificam pessoas já infectadas ou com maior probabilidade de ter sepse. O objetivo foi atingido por meio de entrevistas com um vasto número de pacientes hospitalizados. De acordo com a nova abordagem, a sepse deve ser definida como uma disfunção de órgãos com risco de vida, provocada por uma infecção. Já o choque séptico deve ser definido como um subconjunto de casos de sepse, com maior risco de mortalidade, o que está relacionado a profundas alterações circulatórias, celulares e metabólicas.

O Coren-SP publicou recentemente o guia “SEPSE: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA. A atuação e colaboração da Enfermagem na rápida identificação e tratamento da doença”, que pode ser baixado gratuitamente aqui.